Leilão dividido em três blocos com aeroportos âncoras demonstra atratividade da infraestrutura do país. Iniciativa privada, que é responsável por 66% dos passageiros no Brasil, passará a responder por 78%
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera um sucesso o resultado do leilão realizado nesta quarta-feira (7), na Bolsa de Valores de São Paulo, no qual foram concedidas para a iniciativa privada as administrações de 22 aeroportos brasileiros. A entidade avalia que o amplo interesse de empresas e consórcios nacionais e estrangeiros pelo edital demonstra o resultado positivo das concessões aeroportuárias já realizadas no Brasil.
Apesar da crise atual e da queda da movimentação de passageiros em razão da pandemia, os contratos de 30 anos dão a segurança necessária para o investidor. O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destaca que as concessões na área de infraestrutura são fundamentais para a geração de empregos e a recuperação econômica do país.
“Os investimentos em infraestrutura, por meio de concessões, geram significativos impactos positivos na competitividade da indústria e no desenvolvimento econômico. Empreendimentos da iniciativa privada são o principal caminho para reverter o elevado déficit em infraestrutura que temos hoje no país”, afirma Robson Andrade.
Atualmente, a iniciativa privada já opera outros 22 aeroportos, que respondem por 66% da movimentação total de passageiros no país. Com o leilão desses três novos blocos, essa parcela deve subir para 78% de transporte de passageiros nos aeroportos nacionais. Ficará faltando ainda as concessões de Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio de Janeiro), dois dos principais aeroportos do país, que devem ser licitados no ano que vem.
Resultados dos leilões de concessões
O Grupo CCR arrematou os blocos regionais Sul e Central, e a Vinci Airports ficou com o bloco Norte. Os valores pagos pelas outorgas dos três blocos, que somam R$ 3,3 bilhões e os investimentos previstos são de mais de R$ 6 bilhões nas próximas três décadas, são sinais claros da atratividade da infraestrutura brasileira. Cada bloco possui um aeroporto âncora sediado em cidades de maior demanda – Curitiba, Goiânia e Manaus. O modelo foi feito para viabilizar a aquisição dos terminais de menor movimentação.
O bloco da região Sul é formado por nove terminais: Curitiba, Bacacheri, Foz do Iguaçu e Londrina (PR), Navegantes e Joinville (SC); e Pelotas, Uruguaiana e Bagé (RS). Já o bloco do Norte tem Manaus, Tabatinga e Tefé (AM); Porto Velho (RO); Boa Vista (RR); e Rio Branco e Cruzeiro do Sul (AC). O bloco Central, por sua vez, inclui os aeroportos de Goiânia (GO); Palmas (TO); São Luís e Imperatriz (MA); Teresina (PI) e Petrolina (PE).