Serviço funciona durante 24 horas ininterruptas e atende mulheres acima de 12 anos

A Maternidade Mãe Esperança se converteu, nos últimos anos, em um espaço de referência em atendimento e acolhimento as mulheres vítimas de violência sexual. O serviço, que faz parte das prioridades da Prefeitura Municipal, é destinado a acolher e fornecer atendimento completo às vítimas com equipe multidisciplinar.

O serviço acolhe mulheres acima de 12 anos. Profissionais fazem o primeiro atendimento pós-estupro, são realizados exames e administradas medicações profiláticas contra Ist’s (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e gestação.

Karigina Gomes é assistente social e trabalha na maternidade há 14 anos. Ela recomenda o acolhimento precoce e explica que a vítima precisa procurar o quanto antes um serviço de saúde. “Aqui, administramos as medicações para prevenir infecções e doenças, além de oferecer a pílula do dia seguinte para evitar uma gravidez indesejada”, diz ela.

Unidade conta com profissionais capacitados a realizar a interrupção da gestação caso seja o desejo da usuária, como previsto na lei n° 2848 de 07 de dezembro de 1940.

“A interrupção só ocorre até no máximo 22 semanas de gestação, desde que a data da violência seja compatível com o período gestacional. A vítima é atendida por uma equipe multidisciplinar composta por assistente social, psicólogo, médicos e enfermeiros”, explica Karigina.

ENTRADA

Em alguns casos, a Maternidade pode contar com o apoio e parceria de outros serviços da Prefeitura, habilitados a oferecer um abrigo provisório e assistência social. “É muito importante entender que os traumas de um abuso sexual não terminam com o ato. Eles seguem, através do estresse pós-traumático e até de pensamentos suicidas. Elas jamais esquecerão, mas é possível fazer com que consigam lidar com isso e seguir em frente”.

NOTIFICAÇÃO
Em 2019 foram realizados 85 acolhimentos de vítimas de abuso sexual. Destes, nove resultaram em interrupções de gestação. Em 2020, a Maternidade fez 65 acolhimentos e sete interrupções. Até agosto de 2021, o serviço registrou 23 casos e cinco interrupções.

“Muitas mulheres não sabem que o Município oferece este serviço. Outras não denunciam, seja por medo, vergonha ou temor de represálias. Por trás dos números há muitas histórias tristes, mas com possibilidade de recuperação”, resume a assistente social.

Fonte: Prefeitura PVH