Txai Suruí, uma ativista indígena de Rondônia, participou da abertura oficial da Conferência da Cúpula do Clima (COP26) na segunda-feira (1º).

Ela apontou na Conferência a urgência de medidas eficientes para frear as mudanças climáticas, além de ressaltar a importância dos povos indígenas na proteção da Amazônia.

Txai é ativista desde cedo, tendo como sua referência os pais – o cacique Almir Suruí e a indigenista Ivaneide Bandeira Cardozo, conhecida como Neidinha Suruí.

“Meu pai, o grande cacique Almir Suruí, me ensinou que devemos ouvir as estrelas, a lua, o vento, os animais e as árvores. Hoje o clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, nossas plantações não florescem como antes. A Terra está falando, ela nos diz que não temos mais tempo”, disse.

O seu discurso, a sua presença como única representante indígena do Brasil na abetura da COP26, e a representatividade do povo Paiter Suruí foram fatores que repercutiram mundialmente, principalmente entre os órgãos que discutem causas indígenas e de meio ambiente.

Txai ainda comentou sobre a morte do indígena Ari Uru-Eu-Wau-Wau, que trabalhava registrando e denunciando extrações ilegais de madeira dentro da aldeia onde morava. Ela ainda cobra a participação dos povos indígenas nas decisões que envolvem medidas de combate às mudanças climáticas, afirmando que eles estão na linha de frente e possuem ideias que também devem ser consideradas.

“Vamos frear as emissões de promessas mentirosas e irresponsáveis, vamos acabar com a poluição de promessas vazias e vamos lutar por um futuro e presente habitáveis”.
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Quem é Txai?

Walelasoetxeige Suruí, conhecida como Txai Suruí, tem 24 anos, é estudante de direito, é do povo Paiter Suruí, e mora em Rondônia. Ela é fundadora do Movimento da Juventude Indígena no estado e trabalha no departamento jurídico da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, entidade considerada referência em assuntos relacionados à causa indígena.

Ela também é representante da Guardians of the Forest – uma aliança de comunidades que protege as florestas tropicais ao redor do mundo – e conselheira da Aliança Global “Amplificando Vozes para Ação Climática Justa”, e faz parte do Conselho Deliberativo do WWF-Brasil.

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Txai também tem atuado como voluntária da organização Engajamundo, e foi representante de seu povo na Conferência do Clima da ONU – COP25, em Madri.

 

Fonte: O Rondoniense

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