Evento pautado pela diversidade e construção de práticas para o bioma foi desenvolvido pelo Instituto de Engenharia

Ao longo de três dias e mais de 24 horas de evento, o Sipais, ‘Simpósio Internacional: Uma Amazônia Inovadora e Sustentável’, realizado pelo Instituto de Engenharia, discutiu e levantou dezenas de ações possível para o desenvolvimento do bioma.

Muito além do Brasil, o ciclo de debates promoveu na semana passada uma verdadeira integração sul-americana com representantes dos países que compõem a Amazônia.

O próximo passo é a entrega de um caderno com a conclusão dos debates de todos os painéis, apresentando as oportunidades e ações para incentivar o desenvolvimento, a pesquisa, a educação social e a economia local.

Tudo será entregue a representantes do Conselho Nacional da Amazônia Legal; do Ministério das Relações Exteriores; do Parlamento Amazônico; da Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia; do Comando de Operações Navais da Marinha do Brasil; das embaixadas da Colômbia, do Peru e do Equador; da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe da ONU; e dos bancos Interamericano (BID), Mundial, e de Desenvolvimento da América Latina.

José Wagner Ferreira, chairman do Sipais/Instituto de Engenharia, disse que esse foi apenas o final da primeira fase. “Com todas essas informações e pessoas, tenho a certeza de que é o começo de uma efetiva integração da bacia amazônica e seus países. Aprendi nesse evento mais sobre a Amazônia, que em toda minha vida”, apontou.

Inovação com foco no indivíduo

Para o ministro João Carlos Parkinson de Castro, diplomata do Ministério das Relações Exteriores, com o Sipais foi possível iniciar a construção de espaços a partir de algo inovador, inexistente. “Podem ser espaços de cooperação, de colaboração. Várias entidades privadas dispondo suas energias e seu conhecimento, compartilhando experiências e informações”, reforçou.

Um dos pontos que chama a atenção, para o ministro, é a precificação do carbono e os mecanismos de financiamento inovadores, como títulos verdes. “A possibilidade de entidades nacionais e internacionais financiarem não só a atividade produtiva, mas a sustentabilidade do processo produtivo e o reconhecimento do indivíduo”, explica.

O ministro João Carlos lembra que uma intervenção produtiva em São Paulo é uma coisa, mas na Amazônia é completamente diferente. “O que mais preocupa é o indivíduo, o ribeirinho, que é mais frágil que o empresário paulista”, aponta.

Assim, há a necessidade de construir novos espaços com essa visão integral. “Não é unicamente a busca pelo retorno econômico, mas sim o indivíduo, o bioma e o mercado de modo benéfico”, acrescenta o diplomata.

Reforço no turismo integrado

Uma das pautas trata-se da necessidade de aumentar o turismo amazônico. “Não o cotidiano, como o de Cancun, mas sim integrado e sustentável, que pode tomar a forma de turismo da natureza”, referenciou o ministro João Carlos, relembrando o pensamento trazido pelo embaixador da Colômbia, Dario Montoya Mejia, na abertura do evento.

“Quanto maior for possível a propaganda, melhor. É preciso criar uma agência que fale da Amazônia”, reforçou o chairman José Wagner Ferreira.

Logística urgente

Outro ponto latente está na urgência em resolver questões logísticas na Amazônia. Ideias passam desde o uso de dirigíveis até uma real integração hidroferroviária entre os países.

Além de beneficiar as comunidades, também ajuda a custosa logística da Zona Franca de Manaus.

Saneamento e projetos múltiplos

O desenvolvimento amazônico, segundo os debates do Sipais, obrigatoriamente deve passar pelo saneamento. As comunidades sofrem com falta desse bem básico, que onera serviços de saúde e a produtividade como um todo. “Está vinculado ao problema latifundiário, mas só se pensa em sustentabilidade com saneamento”, apontou o ministro João Carlos.

E ele acrescenta: “Tudo tem que ser desenvolvido com governo, setor privado e a academia. É um tripé. Sobretudo o necessário entendimento da academia, que precisa saber fazer a interação com os demais participantes e parceiros, não de modo frio e distante. Vejo isso nos Estados Unidos e na Europa com muito mais integração”, concluiu.

Carlos Alfredo Lazary Teixeira, diplomata e diretor executivo da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) lembra, nessa esteira, que a centralidade do ser humano é fundamental em todas essas políticas. “A Amazônia merece as soluções inovadoras, mas o eixo fundamental é trazer essa centralidade”, disse.

Missão futura

O Instituto de Engenharia, nas palavras do chairman do evento, tem uma missão por conta do sucesso do Sipais. “Nos faz querer realizar anualmente este evento. Já será montado um calendário para o próximo ano”, disse José Wagner.

Ele acrescentou que a mensagem está muito bem lançada. “Daqui pra frente, avaliar o que temos e necessitamos. Precisamos ter um fórum permanente e o Instituto de Engenharia, por sua missão, nesses 105 anos, tem toda a condição de continuar a frente disso, ao lado de parceiros tão importantes”, concluiu.

Como assistir os conteúdos?

Os três dias de painéis e discussões do Sipais estão disponíveis gratuitamente no canal do Instituto de Engenharia no YouTube .

Sobre o Instituto de Engenharia

O Instituto de Engenharia (IE) é uma sociedade civil sem fins lucrativos. Em outubro completou 105 anos de tradição, credibilidade e comprometimento com o desenvolvimento do Brasil.

O IE realiza estudos e debates temáticos para direcionar o desenvolvimento do país em áreas estratégicas como energia, mobilidade, logística, infraestrutura, tecnologia e agronegócios.

Fonte: Assessoria
Foto: Freeway Viagens

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