Expectativa é que os preços continuem firmes em novembro e dezembro
Segundo dados divulgados no 2º Levantamento da Safra de Grãos, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2021/22 de feijão deve alcançar 3.103,8 milhões de toneladas, uma alta de 7,9%. Isso se dá mesmo com a redução da área plantada de -0,5% e somando 2.909 milhões de hectares. O que deve impulsionar é a produtividade, calculada em 1.067 kg/ha, um avanço de 8,5%.
O estoque inicial para o ano-safra 2021/22 é de 155,2 mil toneladas, considerado baixo para o abastecimento do mercado até o final deste ano de 2021. Assim, para complementá-lo, durante o período em questão, o mercado ficará na dependência da produção de São Paulo, único estado que concentra a sua colheita (primeira safra) entre novembro e dezembro. A produção paulista está estimada em 110,4 mil toneladas, praticamente o mesmo volume registrado na safra anterior. Cabe esclarecer que, com exceção dos demais estados, São Paulo tem a maior parte da produção obtida por meio de irrigação, no entanto, muitos produtores cultivam em regime de sequeiro, suscetível a problemas climáticos.
Dessa forma, a expectativa é que os preços continuem firmes em novembro e dezembro, com possibilidade de melhorias, caso ocorram frustrações na produção. Contudo, é baixa a expectativa de elevação das cotações, dada a fraca demanda apresentada pelo mercado nos últimos meses.
As colheitas de estados com relevância no cultivo, como Minas Gerais, Paraná e Goiás, concentram-se entre janeiro e fevereiro, que, somadas à produção de outros estados produtores, elevará, sobremaneira, a oferta, com os preços tendendo a recuar no período. Para a temporada em curso, safra 2021/22, estima-se o seguinte: computando as três safras, o trabalho de campo realizado por técnicos da Conab, em outubro, chega em um volume médio de produção estimado em 3,1 milhões de toneladas, 7,9% superior à anterior.
Já em relação à balança comercial, a redução nas importações é reflexo da forte valorização do dólar frente ao real. Ainda, há de se ressaltar que, neste ano, esperava-se uma expressiva queda no volume a ser importado, mas as adversidades climáticas ocorridas no Sul do país, nas duas safras, comprometeram cerca de 130 mil toneladas de feijão-comum preto. De janeiro a setembro de 2021 foram importadas 64,7 mil toneladas, isto é, 9,9 mil toneladas a menos que os números registrados no mesmo período de 2020. Quanto às exportações, de janeiro a setembro de 2021, foram exportadas 157,2 mil toneladas, 35,6 mil toneladas acima das 121,6 mil toneladas registradas no mesmo período de 2020.
Neste cenário, partindo-se do estoque inicial de 155,2 mil toneladas, o consumo em 2,9 milhões de toneladas, as importações em 100 mil toneladas, e as exportações em 200 mil toneladas, o resultado será um estoque de passagem na ordem de 259 mil toneladas. Esse volume é capaz de garantir o abastecimento nacional.
Fonte: Agrolink