Autor se inspirou em símbolo da cidade e ganhou concurso

Autor da bandeira se inspirou na resistência de símbolo da capital Autor da bandeira se inspirou na resistência de símbolo da capital

As Três Caixas D’Água, também conhecidas como “As Três Marias”, além de serem um dos mais importantes símbolos de Porto Velho, foram a inspiração para a criação de outro símbolo grandioso. Foi nelas que o escritor e historiador Antônio Cândido se inspirou para criar a bandeira do município, em outubro de 1983.

Com 80 anos de idade, o amazonense e mestre em história, Antônio Cândido, homem simples e calmo, que atualmente mora do bairro São Cristóvão, região central da cidade, conta que por ocasião da criação do Estado de Rondônia, em 1981, houve a necessidade de criar símbolos próprios para os municípios da mais nova unidade da Federação que, até então, utilizavam os símbolos da República Federativa do Brasil.

CONCURSO

Em 1983, durante a gestão de Sebastião Valadares, a prefeitura de Porto Velho lançou o edital do concurso para a criação da bandeira, hino e brasão do município. “Fiquei sabendo do concurso por acaso, através do Cláudio Feitosa, que na ocasião me entregou uma cópia do edital e pediu para eu participar”, recorda o historiador.

Feitosa também participou do certame e ganhou o concurso como autor do Hino de Porto Velho. Por sua vez, Antônio Cândido conquistou vitória dupla, saindo do concurso como criador da bandeira e do brasão do município, ambos inspirados nas Três Caixas D’Água.

Ele conta que passou várias noites idealizando, trabalhando e montando a bandeira. Como não existia computador na época, fez tudo de forma artesanal, após muitas tentativas. “O modelo foi montado em papel feltro para ficar com as cores originais. Foi um trabalho de colagem, demorado, mas valeu a pena”, disse.

Símbolo tem 38 anos de história Símbolo tem 38 anos de história

AS CORES

Além das “Três Marias”, outras características importantes do município serviram de inspiração para criar a bandeira. “O amarelo simboliza os nossos minerais, em especial o ouro, e o azul representa a cor do céu. As caixas d’água simbolizam a nossa história”, explicou, acrescentando que essas eram as principais exigências do edital do concurso.

LEGISLAÇÃO

Com os símbolos aprovados, um projeto de autoria do Poder Executivo foi enviado à Câmara Municipal, que aprovou a Lei 249, de 11 de outubro de 1983, oficializando o hino, a bandeira e o brasão do município. “No dia seguinte, a nossa bandeira foi hasteada pela primeira vez, pelo professor José Otino de Freitas”, informa o historiador, que guarda com muito orgulho esse exemplar histórico.

INSPIRAÇÃO

O escritor e historiador conta que, depois de se inscrever no concurso, ao passar pela rua Rogério Weber e olhar para as caixas d’água, viu nelas um símbolo de resistência, relembrou da nossa história e ganhou inspiração para fazer tanto a bandeira como o brasão do município.

“A escolha das caixas d’água como símbolo do município deve-se ao fato de elas lembrarem dois momentos de resistência: o primeiro quando da construção da ferrovia, quando muitas vidas foram ceifadas para que o sonho de construí-la pudesse ser realizado; e o segundo quando da erradicação e princípio de venda do acervo ferroviário, quando elas, as caixas d’água, permaneceram firmes, apesar das pretensões de desmontá-las, vendê-las ou transformá-las em depósito de óleo. Ninguém conseguiu atingi-las”, frisou.

O SENTIMENTO

Sobre o sentimento de ter criado um símbolo tão importante, Antônio Cândido declara se sentir honrado. “Me sinto satisfeito, honrado e feliz por ver o meu trabalho escolhido em concurso se perpetuar. Isso marca a época do município historicamente, porque a gente passa e vai embora. É satisfatório e a gente se sente bem quando deixa algo que todo mundo vai poder aproveitar de alguma forma”, expressou.

 

Fonte: SMC

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