Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA apontam cerca de 947 mil propriedades rurais, no Brasil, coordenadas por mulheres, de um universo de 5,07 milhões. A participação feminina no campo aumentou 13% nos últimos dez anos. Apesar de todos os desafios, a presença de mulheres cresce na agricultura brasileira, segmento esse que durante muitos anos os cargos foram mais ocupados pela figura masculina.
A representatividade feminina ganhou força tanto na lavoura quanto em toda a cadeia produtiva do agronegócios. “A mulher tem o mesmo papel que o homem, não existe diferença. Podemos estar em qualquer lugar que quisermos”, afirma Cinara Libéria Pereira Neves, doutora em fitotecnia na área de cafeicultura, no Programa de pós-graduação da Universidade Federal de Lavras (MG) e professora da Faculdade de Agronegócios de Holambra (FAAGROH), instituição de ensino do Grupo UniEduK.
Na instituição de ensino onde é professora, está o foco de suas pesquisas e experimentos: produção e qualidade de sementes de espécies florestais. Ela foi responsável pelo o 23º Congresso Brasileiro de Floricultura e Plantas Ornamentais (23º CBFPO), evento organizado por mulheres e que reuniu em outubro, técnicos, produtores, empresários, pesquisadores, docentes e estudantes de graduação e pós-graduação vinculados ao setor de floricultura, paisagismo e propagação de plantas in vitro, além das principais empresas do setor.
“Meu maior objetivo é levar informações ao produtor, principalmente o pequeno. Muitas das vezes esses produtores não têm um engenheiro agrônomo, faltando algumas vezes informações para que possam fazer a grande diferença no seu processo de produção”, afirma.
Professora das disciplinas de Fruticultura, micropropagação e sementes da FAAGROH, Cinara orgulha-se de contribuir com Holambra e toda a sociedade a partir da geração de mão de obra qualificada. Mais de 94% dos estudantes conquistam um emprego antes mesmo de concluir o curso. “Os alunos são convidados, desde o primeiro ano que entram na FAAGROH, a fazerem estágios em empresas e a maioria, mesmo que ainda estejam cursando a faculdade, já são contratados. Mesmo em plena pandemia, isso continua”, ressalta a professora, que escolheu a agronomia por amor à profissão.
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“Foi uma coisa que não foi escolhida, eu posso dizer que eu nasci agrônoma, as minhas brincadeiras de infância eram muito ligadas a área de plantas, adorava brincar no fundo de casa, nos jardins da casa da minha avó, das minhas tias, da minha mãe! Então seguir a carreira foi meio que um destino, aperfeiçoei esse meu amor pelas plantas com meu curso de graduação em agronomia e mestrado e doutorado em produção de plantas”, conta a docente, indicada como uma das 100 mulheres mais poderosas do agronegócio pela Forbes.
“Tive um reconhecimento muito grande, um ponto que eu nunca imaginei chegar. Na minha vida eu não almejava de forma alguma ter um impacto tão grande para sociedade, mas olhando a minha trajetória até aqui, digo que foi um reconhecimento do meu esforço diário, que veio para impulsionar mais a minha vontade de estar atuando no setor”, orgulha-se.
Mercado promissor
A área de floricultura e plantas ornamentais vai desde flores de corte, plantas envasadas, até a produção de árvores de grande porte. É uma atividade que proporciona alta rentabilidade por área cultivada, mesmo em pequenas propriedades. A floricultura brasileira já é considerada uma atividade agrícola de destaque econômico. O Circuito da Flores de São Paulo produz sete de cada dez plantas ornamentais comercializadas no país.
A área de floricultura e plantas ornamentais utiliza a técnica de cultura de tecidos de plantas para a produção de mudas, conhecidas popularmente como mudas in vitro ou mudas micropropagadas. Dentre as plantas produzidas em laboratório no Brasil (chamados de Biofábricas), as principais são as frutíferas, como banana, abacaxi e morango. São produzidas em torno de 7,5 milhões de mudas de bananeira, por mais de 34 biofábricas brasileiras. Em seguida vem à produção de mudas de flores e plantas ornamentais, com ênfase para as orquídeas, bromélias e antúrios, sendo que 90% das mudas de orquídeas são produzidas em laboratório.
Por: FSB Comunicação