Visando a conservação da biodiversidade, será realizada neste sábado (11) no Parque Estadual Corumbiara, a soltura de aproximadamente 500 mil filhotes de tartarugas gigantes da Amazônia (Podocnemis expansa) nas baías do rio Guaporé existente na reserva. O trabalho conduzido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) tem como proposta garantir a preservação da espécie.
Antes do filhotes ganharem às águas, a Sedam, por meio dos servidores e voluntários, dá instruções aos convidados, (autoridades e comunidade local) sobre os cuidados que devem ser observados a fim de evitar impactos sobre os filhotes.
Para o evento de soltura dos quelônios está prevista a presença da coordenadora de Gestão, Destinação e Manejo da Biodiversidade (cobio) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) de Brasília, Juliana Junqueira, do secretário da Sedam, Marcílio Leite; autoridades bolivianas, agentes ambientais voluntários; representantes do Arpa e da comunidade Laranjeiras.
REPRODUÇÃO
O período de reprodução desses animais é realizado em etapas. A primeira fase do projeto consistiu na realização de monitoramento ambiental das desovas das tartarugas, na identificação e quantificação dos ninhos. Durante esse período é redobrado o cuidado com a proteção desses animais, devido à pesca e captura ilegal. Na sequência, os locais de desova seguem monitorados até o período de eclosão dos filhotes.
Após a eclosão, geralmente no mês de novembro, a equipe da Sedam recolhe os filhotes dos ninhos e esses são depositados em tanques rede, por um período de dez a 30 dias para que percam o odor característico, que atrai os predadores. Após esse período é realizada a soltura.
“Por meio deste manejo, esperamos aumentar a taxa de sobrevivência dos quelônios, que ao nascerem são frágeis e não conseguem se alimentar ou se proteger de outros animais silvestres. Então, nosso propósito é auxiliar as tartarugas para que aprendam a comer o que vão encontrar nos rios quando forem soltos”, explicou o biólogo da CUC, Diego Rudieli Scheffer. Após este período, os filhotes e adultos migram para as águas em busca de refúgio e alimentação.
Criado em 1979 para conter a exploração econômica predatória destes animais, o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) integra o Projeto Quelônios da Amazônia, desenvolvido pela Coordenadoria de Unidades de Conservação da Sedam (CUC) na proposta de promover a conservação dos quelônios de água doce.
O Projeto de Proteção e Manejo dos Quelônios da Amazônia (PQA), foi criado em 1979 pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) e em 1990 passou por uma reformulação, sendo de responsabilidade do Centro Nacional de Quelônios da Amazônia (Cenaqua).
Na Amazônia, é possível encontrar 16 espécies de quelônios, todas dependentes de conservação. As tartarugas Podocnemis expansa são a maior espécie de quelônio de água doce da América do Sul, podendo chegar um metro de comprimento e pesar até 75 quilos.
O projeto destacado pelo Governo de Rondônia visa o repovoamento das espécies mais representativas da região e conscientizar a população sobre a importância da preservação. Em Rondônia, o PQA realiza o monitoramento de cerca de 80 quilômetros de rios, demarcando os locais de desova e recolhendo os filhotes assim que os ninhos eclodem. Para isso, existem berçários na região próxima à base do Parque Estadual Corumbiara; após esse período, os filhotes são soltos em áreas mais seguras.
Para o coordenador da CUC, Fábio França, é importante o estabelecimento de programas de manejo de longo prazo e que permitam o uso sustentável desses recursos naturais. “O Projeto Quelônios da Amazônia” existe há mais de 12 anos e o objetivo principal e a proteção e o acompanhamento, cuja preocupação tem sido garantir a reposição dos estoques naturais de tartaruga a partir do seu “habitat” natural”, destacou.
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