Principais problemas são a falta de professores e do transporte escolar.

Sem autorização para utilizar a escola, grupo de pais e alunos se reuniram embaixo de uma mangueira para tratar da volta às aulas

Porto Velho (Da redação) – Parece inacreditável, mas cerca de 100 crianças e adolescentes que moram no distrito de Demarcação, comunidade ribeirinha na margem do Rio Machado, a cerca de 200 quilômetros da capital Porto Velho, de acordo com os pais e líderes da comunidade, estão há dois anos fora da sala de aula. Motivo: falta de professores e de transporte escolar.

“Estamos esquecidos pelas nossas autoridades”, desabafa seu Heleno, um dos moradores que suplica o retorno das atividades escolares o mais rápido possível.

Uma mãe que não citou o nome disse que pais e alunos “ficam nessa incerteza se algum dia ainda vai ter aula ou não”. Segundo ela, tem professor disponível, só falta contratar. “Estamos esperando que ajudem nós e nossos filhos, porque eles precisam. Isso é uma vergonha”, desabafa a mãe sobre a situação na escola João de Barro Gouveia.

Sem citar nomes, a moradora, inclusive, fez duras críticas aos políticos, que na visão dela, viraram as costas para o distrito de Demarcação.  “Quando vocês precisam de votos vocês vêm aqui, mas na hora que a gente precisa de vocês a gente não vê resposta”, enfatizou.

TRANSPORTE

Além da falta de professores, os alunos sofrem com a falta do transporte escolar fluvial, que é feito com pequenas embarcações chamadas de “voadeiras”. Inclusive, esse é o  maior drama para quem estuda em outra escola, a General Osório. O descaso é tanto que, de acordo com seu Heleno, os alunos já estão perdendo a motivação de estudar.

“É um direito que estamos reivindicando para os nossos filhos. Queremos que as autoridades olhem e resolvam a nossa questão”,  apelou seu Heleno.

SECFRETÁRIA 

A reportagem do minhaportovelho.com entrou em contato secretária municipal de educação, Gláucia Negreiros, para saber sobre o retorno das aulas em Demarcação. Ela disse que as aulas ocorrem de forma remota e que a prefeitura já abriu processo para contratar professores em regime emergencial para atender os estudantes. Quanto ao retorno do transporte escolar fluvial,  alegou que essa demanda é de responsabilidade do governo estadual e que a ele compete resolver.

POPULAÇÃO

Conforme o último censo realizado em 2010 pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população do distrito de Demarcação era de 548 habitantes, sendo 239 mulheres e 309 homens. À época, 176 famílias moravam na localidade.

ATRAÇÕES

Uma das atrações tradicionais da comunidade e que reúne pessoas de comunidades próximas é a “Festa da Farinha”, que serve de “vitrine” para exposição, degustação e comercialização de outros produtos feitos com a massa da mandioca e seus derivados, como a tapioca. O Campeonato Interdistrital de Futebol, promovido pela prefeitura, também movimenta a comunidade.

A produção da farinha de tapioca no distrito de Demarcação, vídeo produzido pela Sic TV

 

Fotos: Prefeitura de Porto Velho (Sempog)

  1. Sim, sou mãe de aluna também que foi matriculada na escola João de Barros Gouveia, mas não teve oportunidade de frequentar a escola. Mesmo assim, a minha filha já está no terceiro Ano, sendo que nunca entrou numa sala de aula. Ela ainda não sabe nem ler e já está no terceiro Ano? Como pode uma criança nunca ter entrado numa sala de aula e já estar no terceiro Ano? Pela minha filha e por várias outras crianças que estão necessitando de aula, peço que nos ajudem.

  2. Sim, isso tudo é verdade! Tenho seis filhos em idade escolar e todos estão matriculados, sendo quatro no Colégio General Osório e dois no João de Barros, mas todos estão fora da sala de aula. Isso é vergonhoso para nós e desesperador! Queremos solução para esse problema o mais rápido possível!!

  3. E a verdade é que ninguém ver a nossa situação. A pior coisa é ver os nossos filhos fora da escola sem saber ler e escrever. Precisamos da contratação de professores o mais rápido possível para a nossa escola João de Barros Gouveia

  4. Sabe, a verdade é que ainda não começaram essas aulas remotas. Em Calama, as aulas já começaram para as crianças de 1 a 5 anos no dia 8/2, e das crianças de 6 anos pra cima começaram no dia 14/2. E outra, as aulas presenciais já voltaram também aqui na região. Dois professores moram aqui e se disponibilizam a dar aula, mas não lançam o processo seletivo. São 55 alunos matriculados,fora as crianças do 6º ano a cima que precisam de transporte fluvial pra ir para Calama, que estão todas sem aula. Aqui na Vila tem crianças de 10 anos de idade que não sabem ler. Aqui tem escola que tem diretora, tem merendeira, pessoas da limpeza, mas está precisando de professores. Mas tem 2 professores que moram aqui, que já enviaram documentos se dispondo a fazer o processo seletivo, mas não lançam o seletivo. Enquanto isso, as crianças ficam sem aulas. E dai, como que fica? Precisamos de ajuda.

  5. Sim tudo isso está acontecendo, sempre assim.co
    Todas as vezes fala a Semed que está contratando, mas tem 3 anos na mesma situação. Tenho 2 filhos sem estudar.
    Nas cidades o conselho vai atrás dos pais e mães. Agora aqui, nem vem saber. Mas no ano político eles vêm pedir seu voto e não medem dificuldades. Mas agora é a hora da prefeitura, da Semed e da Seduc. Contratar e abrir seletivo, mostram dificuldades.
    Já sabemos, foi protocolado na Semed e no conselho tutelar via WhatsApp. E também MP. MAS ATE AGORA ESTAMOS NO PREJUÍZO.

  6. A verdade é que nossas crianças caíram no esquecimento, e não são 2 anos, são 3 anos de descaso, desrespeito e falta de compromisso das autoridades com nosso distrito. Temos uma escola, temos funcionários de apoio, temos uma diretora e mesmo assim o descaso continua. O que será de nossas crianças? Teve aula remota, sim, jogaram as apostilas nas mãos de nossos alunos de 1° ao 5° ano, sem eles terem noção de como fazer, e foram passando esses próprios sem saber ler e escrever. São 3 anos pulando de ano em ano, criança que entraram com 6 anos no 1° ano e hoje estão no 4° ano sem saber ler e escrever, crianças que estavam no 3° ano e hoje estão no 6° ano com a mesma situação. Como um aluno vai conseguir acompanhar se virando sozinho nesses 3 anos, porque é sozinho, pois muitos pais não sabem ler para ajudar em suas tarefas. Precisamos da ajuda imediata de nossas autoridades, nossas crianças precisam de professores, precisam de uma chance para ser alguém na vida, aqui deixo meu apelo em nome da minha comunidade e de nossas crianças.

  7. Não só Demarcação e calama, mas outras escolas devem estar no abandono da secretaria de educação e autoridades de nosso município, isso pq pertencemos a capital. Temos escolas, temos alunos, temos professores que moram aqui para lecionar, está faltando o que?
    Faltando interesse dos poderes legislativo e executivo. Por favor autoridades, olhem para o baixo madeira. Olhem essas crianças com 9 a 10 anos que ainda não sabem ler, os alunos que têm que estudar o ensino fundamental em Calama e não tem transporte, como meu filho e outros na beira do rio Machado, como vai ficar a educação dessas crianças, as crianças são o futuro e como vai ficar esse futuro?
    Os recursos devem estar vindo do mesmo jeito.
    Já estamos correndo atrás para ver se agilizam essa situação, mas mesmo assim, nada ainda aconteceu. A população está pedindo socorro! E aí autoridades, como vamos fazer acontecer?

  8. Desculpa a expressão, mais aulas remotas? Isso é uma piada! As crianças não aprendem nada com isso! E tem histórico de crianças que passaram de ano com apenas uma atividade! Façam-me o favor!!

  9. Então a Secretária disse que já abriram processo pra contratação de professores.
    Será que é verdade? Então porque aula remota?
    Quantos anos nessa situação? Acho falta de competência. No meu entendimento, se falta o executivo fazer, então a secretária deve falar porque não está tendo contratação. Agora se o executivo não está sabendo o dai executivo deve conversar com a secretária O acontecimento.
    Na na verdade, vamos mandar ofício pro executivo, pra Câmara dos vereadores, para a Assembleia Legislativa.
    Juntando esses 3 poderes, será que não resolveria? Na verdade nós queremos aula presencial. Porque o presencial é difícil aprender imagine aula remoto.
    Se esse competente será que vai deixar nossos filho no prejuízo.
    Na verdade de 4 em 4 anos dizem que resolvem. Passam os 4 anos da eleição e promessa acaba. Na verdade é difícil o acesso, mas todas eleição a dificuldade acaba. Ganham, voltam as dificuldades. Agora nem lembra dos eleitores, muito mas dos nossos filho.
    Acho se tiver fazendo contratação de professores emergencial nos vamos saber
    Agora não estiver dai aonde fica a palavra que estão abrindo processo pra seletivo?

  10. Aulas remotas, que piada. Não podemos chamar de aula umas impressões em umas apostilas entregues as nossas crianças que nem sabem ler, imagina fazer. Nos polpe secretária de educação 😡

  11. Nas eleições estarão ai enganando o povo ao pedir voto de confiança e depois pagam com desprezo pelas comunidades ribeirinhas.Em Nazaré não é diferente não…eles querem mesmo é acabar com as escolas, fazer só virtual, via merdiação tecnológica e pronto…que se danem os alunos…fruto desse desgoverno que toma conta de nosso País… esse ano tem eleição… tem que saber escolher quem já fez e não quem promete e nada faz….olho vivo meus parentes

  12. Isso é uma vergonha e quem sofre com tudo isso são as nossas crianças. Tudo só promessas e nada de aula.

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