Por Sérgio Pires

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Um grande inimigo da natureza pode ser substituído definitivamente. Não em poucos dias e nem meses, mas num futuro próximo. Maior adversário do meio ambiente, embora hoje esteja sendo usado por garimpeiros autorizados com muito mais cuidado e reaproveitamento, praticamente sem ser jogado na natureza, o mercúrio pode sumir das balsas e dragas, principalmente dos garimpos das bacias de exploração de ouro do Rio Madeira e do Tapajós, onde ele é encontrado com mais facilidade.

Um estudo realizado também na Universidade Federal de Rondônia (Unir), em Porto Velho e liderado pelo professor Wanderley Bastos, do departamento de biologia, está em fase adiantada, para a utilização de uma planta da Amazônia, que tem uma essência que consegue separar o ouro dos demais segmentos retirados do fundo do rio. Parece ficção, mas é a mais pura Ciência.

Num projeto em parceria, entre outras instituições, com a Universidade Estadual do Amazonas; com recursos que podem chegar a 1 milhão de reais da Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas, Tecnológicas e de Pesquisa (Fapero) e apoio total da Cooperativa dos Garimpeiros do Rio Madeira (Coogarima), entre várias outras instituições e entidades, os resultados práticos e positivos já foram obtidos em laboratório.

Ou seja, a planta chamada de Ochroma Pyramidale ou pau de balsa, tem um extrato que separa o que se chama de fagulhas de ouro (ou seja, o pó do ouro) dos detritos que vêm com o mineral do fundo do rio. Até agora, com alguns meses de pesquisa, já houve resultados práticos importantes, em que a essência da planta (chamada de Pau de Balsa, porque é leve e usada nas balsas e dragas, para flutuação) já houve vários resultados muito positivos.

Obviamente, haverá ainda um longo caminho a percorrer na pesquisa, mas se ela continuar sendo positiva, o Pau de Balsa pode significar uma verdadeira revolução, absolutamente inovadora dentro das questões ambientais, para todo o garimpo do ouro em pó, em qualquer região do Planeta.

MILAGRE DA NATUREZA

O mais rico ecossistema do Planeta, com maior diversidade de plantas, animais e peixes, a Amazônia tem, em si mesma, muitas respostas para perguntas que ainda são feitas. Na questão ambiental, a planta Pau de Balsa, descoberta por acaso por uma comunidade tradicional da região de Chicó, na Colômbia, pode mudar tudo em relação à exploração dos garimpos de ouro em pó, em toda a região no Brasil e em outros países, onde as jazidas não são de ouro em pepita.

O professor Wanderley, do alto da sua experiência de 40 anos como biólogo, está otimista. Todos os que estão no entorno do seu projeto, também. O resultado final pode ser mais uma espécie de milagre, vindo da milagrosa Amazônia, esta região tão rica do Planeta e, por isso, tão cobiçada por tantos países!.

Fonte: Coluna Opinião de Primeira

Autor: Sérgio Pires

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