Por Sérgio Pires

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Dois anos e seis meses. Exatamente foi este o prazo que o grupo vencedor para construir o Hospital de Urgência e Emergência, o Heuro anunciou como Dead Line, ou na linguagem das TVS, a última hora para que alguma matéria entre no ar, para que a obra esteja pronta e entregue totalmente ao governo de Rondônia. Ou seja, pelo calendário, os porto-velhenses e os rondonienses serão atendidos no novo Heuro, no máximo, no final de maio de 2026. Com tudo pronto: estrutura, equipamentos, sistema de água e esgoto; energia elétrica e tudo mais.

Até há poucos dias atrás, tudo estava parado. Primeiro, por questões legais envolvendo um imbróglio com o terreno, Ao mesmo tempo, sem ter entregue a documentação exigida no prazo legal, a Prefeitura embargou tudo, Uma liminar na Justiça liberou tudo e autorizou que os serviços fossem recomeçados. Há dez dias, apenas três pessoas trabalhavam no local. Tudo mudou desde o meio da semana passada. Na última sexta-feira, quando visitou o canteiro de obras junto com o secretário de saúde Jeferson Rocha, o deputado da Capital Alan Queiroz ficou surpreso com o que viu. “Já tinha quase 40 operários trabalhando”. Lá, as duas autoridades receberam a informação que só no material da base dos prédios, como algumas colunas enterradas a mais de 18 metros de profundidade, a empresa que está construindo o  Heuro, pelo sistema Built To Serve (como o foi o prédio do Tribunal de Justiça, na avenida Pinheiro Machado) já gastou, só neste trabalho, mais de 5 milhões de reais.

Por que tanta controvérsia em relação à obra, tantas dúvidas e até uma notória má vontade em relação á construção do Heuro (afora, é claro, uma torcida velada de quem é oposição ao atual governo)? Ora, mais de três décadas se passaram, eivadas de promessas, garantias e juramentos de que o Pronto Socorro seria construído, mas nunca o foi. Então, dessa vez, mesmo o início dos serviços, mesmo com os primeiros passados dados e os primeiros investimentos feitos, muita gente ainda está descrente,

O que se pode lembrar é que o Heuro é uma obra privada, construída a um custo que poderá chegar 200 milhões, sem um centavo de dinheiro público. A empresa construtora só passará a receber o dinheiro do aluguel da obra (e o receberá por 30 anos) só depois de entregá-la, ou seja, quanto mais rápido terminar, mais cedo recebe. O Heuro passará à propriedade do Estado somente depois de três décadas. O que se espera é que não haja mais nenhum percalço e que, enfim, depois de décadas de espera, finalmente a Capital dos rondonienses ganhe mesmo um Pronto Socorro de qualidade e à altura das nossas necessidades.

Fonte: Coluna Opinião de Primeira

Autor: Sérgio Pires

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