O pior cenário foi na comunidade quilombola Pedras Negras. Houve impacto no turismo, nas plantações e no modo de vida: ‘Por semanas, não víamos o sol’

Por Francisco Costa e Josi Gonçalves (*)

As queimadas aumentaram a concentração de fumaça em várias regiões da Amazônia em 2024. Em Rondônia, as comunidades quilombolas Pedras Negras, Santa Fé, Forte Príncipe da Beira, Jesus, Vale do Guaporé, Laranjeiras e Santo Antônio do Guaporé registraram níveis de poluição por material particulado fino (PM2.5) até 193% do limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A concentração de poluentes nessas regiões foi a mais alta entre julho e dezembro de 2024 entre os territórios quilombolas, revela análise exclusiva da InfoAmazonia.

Imagem feita na época do período crítico das queimadas mostra camada de fumaça densa no quilombo de Pedras Negras, no município de São Francisco do Guaporé, interior de Rondônia (Foto: Julinha Lopes de Souza/Acervo pessoa)

O pior índice foi registrado na comunidade Pedras Negras, no município de São Francisco do Guaporé, a 762 km da capital Porto Velho. A OMS estabelece que a concentração de PM2.5, um dos principais poluentes da fumaça, não deve ultrapassar 15 microgramas por metro cúbico (µg/m³). Mas, em Pedras Pretas, a poluição por fumaça alcançou a média de 44 µg/m³, 193% acima.

Para descobrir quais foram os territórios na Amazônia com maior concentração de fumaça no segundo semestre do ano passado, a InfoAmazonia coletou dados do Copernicus (CAMS), do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas (ECMWF). Depois, identificou as localidades quilombolas mais impactadas por meio de informações regionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). — leia a metodologia da análise aqui.

Nas comunidades quilombolas de Rondônia, os níveis elevados de poluição se mantiveram ao longo de julho a outubro. A presença contínua da fumaça comprometeu a qualidade do ar e impactou a vida nos territórios que dependem do meio ambiente para a agricultura, pesca e outras atividades de subsistência econômica.

Esta é a terceira reportagem da série “Invisíveis da Fumaça”, uma parceria entre a InfoAmazonia e o Voz da Terra. A análise exclusiva investigou a poluição do ar atribuível às queimadas históricas, que ocorreram entre julho e dezembro de 2024.

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Fonte: Por Francisco Costa e Josi Gonçalves

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