As vítimas eram torturadas, julgadas pelo tribunal do crime via videoconferência e executadas com extrema crueldade

A Polícia Civil de Rondônia deflagrou, na manhã desta sexta-feira (23), a Operação Incinerando, com o objetivo de desarticular uma célula da facção criminosa Comando Vermelho (CV) responsável por homicídios qualificados, ocultação de cadáveres e pela instalação de um “tribunal do crime” na região do Cone Sul do Estado.

Coordenada pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Pimenta Bueno, em conjunto com a 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (2ª DRACO), vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DECCO), a operação mobilizou cerca de 50 policiais civis e militares no cumprimento de mandados judiciais expedidos pela 1ª Vara Criminal de Pimenta Bueno.

A ação teve abrangência interestadual, com mandados cumpridos em Rondônia (Porto Velho e Pimenta Bueno) e Mato Grosso, resultando em sete prisões temporárias e cinco mandados de busca e apreensão domiciliar.

Os investigados são apontados por envolvimento em crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e participação em organização criminosa. As investigações revelaram que o grupo operava um sistema paralelo de “justiça”, conhecido como “tribunal do crime”, em que membros da facção julgavam e executavam pessoas acusadas de desrespeitar as regras internas.

De acordo com o inquérito policial, as vítimas eram torturadas, julgadas por lideranças via videoconferência e executadas com extrema violência. Os corpos eram ocultados para dificultar as investigações.

O Secretário de Segurança Pública de Rondônia (SESDEC), Coronel Felipe Vital, destacou a importância da ação no enfrentamento ao crime organizado “A Operação Incinerando representa mais um passo decisivo da Polícia Civil de Rondônia no combate ao crime organizado. Estamos incinerando as estruturas dessas facções, desarticulando suas células e levando à Justiça aqueles que ousam impor o terror em nossas comunidades através de tribunais paralelos e execuções brutais. O Estado não tolerará a existência de poderes paralelos. A Polícia Civil, com apoio de todas as forças de segurança, seguirá firme no propósito de desmantelar essas organizações criminosas e devolver a paz à sociedade rondoniense” enfatizou.

A Operação Incinerando contou com o apoio da Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (SESDEC), Delegacia Regional de Cacoal, Polícia Militar de Pimenta Bueno, Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e Departamento de Polícia do Interior (DPI), evidenciando a integração das forças de segurança pública no enfrentamento às facções.

A ação também integra o trabalho conjunto da Rede Nacional de Combate ao Crime Organizado (RENORCRIM), que articula operações coordenadas entre estados para desmantelar organizações criminosas com atuação interestadual.
O nome da operação faz alusão à “incineração” das estruturas do crime organizado, simbolizando a destruição das células criminosas que atuam em Rondônia.

Entre os presos está Mateus Arruda Santos, conhecido como “Neguinho PC”, apontado como liderança do Comando Vermelho no Estado e responsável por emitir ordens de execução. Ele também assinava comunicados oficiais da facção, justificando publicamente os homicídios cometidos.
Outro preso é Marcelo Pereira dos Santos da Silva, o “Perereca” ou “Calculista”, investigado por envolvimento direto no recente sequestro de um deputado estadual em Pimenta Bueno. Considerado uma peça-chave na estrutura do grupo, “Perereca” atuava tanto na execução quanto no planejamento das ações criminosas.

 

Fonte: Assessoria

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