Engenheiro químico Sérgio Campos Trindade pesquisava energia renovável e mudanças climáticas

RIO — O engenheiro químico Sérgio Campos Trindade, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2007, morreu esta quarta-feira, aos 79 anos, em decorrência de complicações associadas ao coronavírus.

Segundo a agência Fapesp, Trindade era um “grande incentivador da energia renovável”, área em que trabalhava como consultor. Era, também, membro do Comitê Científico para Problemas do Ambiente, uma agência intergovernamental associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Sua equipe recebeu em 2007 o Prêmio Nobel da Paz ao lado de outros integrantes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

Thelma Krug, vice-presidente do IPCC, destaca que Trindade abriu portas para cientistas brasileiros em grupos de trabalho internacionais sobre mudanças climáticas.

— Foi uma figura muito relevante para o IPCC, que mal contava com a participação de pesquisadores de países em desenvolvimento — recorda. — Trindade mostrou as dificuldades enfrentadas por cientistas no Brasil e, ao mesmo tempo, conforme seu trabalho se destacava, abriu uma porta para novos especialistas em sua área.

Suzana Kahn, vice-presidente da Coppe-UFRJ e ex-integrante do IPCC, foi estagiária em uma empresa carioca de engenharia onde Trindade já era visto como uma referência no desenvolvimento de novas tecnologias.

— Era um pioneiro: falava de efeito estufa e aquecimento global na década de 1980, quando praticamente ninguém dava importância a esses temas — lembra. — Mesmo sendo um profissional tão ilustre, sempre foi acessível, uma pessoa brilhante. Era, também, fascinado pela China, tanto pela sua cultura como por sua produção científica, que ainda era tímida à época. Aproveitou a vida e influenciou muitas pessoas — a mim, inclusive.

Fonte: O Globo

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