Visitantes de Rondônia, do Brasil e do mundo encontram no reinaugurado Memorial Rondon referências históricas à Expedição Rondon e à antiga vila de Santo Antonio do Rio Madeira.

A visita dura 40 minutos, mas a maioria das pessoas sai das salas, dirigindo-se à capela e ao mirante do rio Madeira e da hidrelétrica. Segundo o superintendente estadual de turismo, Julio Olivar, em dois anos o museu recebeu 25 mil visitantes.  A obra e suas reformas foram custeadas pelo Consórcio Santo Antônio Energia. Edital de chamamento da Setur está aberto para interessados em construir lanchonete e loja de souvenirs.

Em magnífico painel, a linha do tempo vai do século 17 até 2015. O visitante que vê desenhos e painéis, brevemente assistirá filmes que divulgam a saga do marechal Cândido Rondon e conhecerá personagens do Museu de Gente de Rondônia.

Com visitas guiadas por soldados da 17ª Brigada de Infantaria de Selva comandados pelo diretor, sargento Antero da Trindade, ­­­o Memorial Rondon voltou a receber visitantes, de terça-feira a domingo.

Quatrocentas peças, um filme de seis minutos e o secular aparelho de telégrafo compõem o acervo.

Até o ano passado, quando foi reinaugurado o museu, o lugar mais visitado era o Salão de Expedições Paz e Fronteiras, que apresenta painéis, fotografias, quadros, utensílios e réplicas de objetos usados pelo marechal Cândido Rondon. Agora está disponível o Memorial Villa Santo Antonio [na grafia da época].

Esse espaço lembra diversos acontecimentos. Em 1945, por exemplo, o município de Santo Antônio foi extinto, coincidindo com o final da 2ª Guerra Mundial.

O jovem índio karipuna, do Vale do Madeira está numa das paredes. Foi desenhado pelo alemão Franz Keller-Leuzinger em 1860. Ele fora contratado pelo presidente da Public Works Constrution Company para inserir-se nesse rincão amazônico.

“Keller tem livros publicados, entre eles, Rios Amazonas e Madeira, com desenhos e descrições da exploração da região até 1875”, lembra Olivar.

Sacerdotes jesuítas foram expulsos da vila em 1742, quando indígenas eram traficados e vendidos em Belém.

O telégrafo que marcou a expedição de Mato Grosso ao Amazonas

Santo Antônio das Cachoeiras também é descrita no desenho de Edwards Mathews, onde se vê o porto, em 1879, com a bandeira dos Estados Unidos.

Depositadas numa redoma, as poucas peças arqueológicas foram recolhidas pelo Museu Regional de Presidente Médici e cedidas ao memorial. “São pedras polidas, algumas datadas de mais de mil anos”, explica Olivar.

Um quadro com réplica da pintura de Grácia Beneli em 2007 mostra a estação telegráfica Álvaro Vilhena numa casinha de adobe, coberta por telhas de barro, em Vilhena.

Outras peças artísticas: um quadro original de Rondon, em bico de pena, feito pelo artista Cândido Portinari em 1957, um ano antes da morte do pacificador. Está ao lado do desenho do magnata boliviano Nicolás Suárez Callau (1851-1940), conhecido por “rei da goma” – alusão ao seu domínio sobre o mercado da borracha na fronteira Brasil-Bolívia.

As efemérides do painel terminam em 2015, ano do centenário da inauguração da linha telegráfica na antiga cidade.

Há também a reprodução de uma foto do médico baiano Joaquim Tanajura (1878-1941), primeiro prefeito eleito em Porto Velho, fundador do jornal Alto Madeira e criador da primeira escola na região.

Criado pelo jornalista Marco Aurélio Anconi, o brasão de Rondônia apresenta as riquezas cacaueira e cafeeeira.

“Este espaço cultua Rondon, mas significa a preservação da própria história do estado que tem o nome dele; o único no País a adotar nome de pessoa”, lembra Olivar.

Em frente ao museu, o mapa com potencialidades turísticas de municípios rondonienses é novidade. Rondônia foi o primeiro estado a concluir o inventário desse setor. Por esse motivo, recebeu elogios do Tribunal de Contas da União, porque ele facilitou a transparência na aplicação de investimentos federais.

A oca com lâmpadas fluorescentes internas resgata a imagem da habitação indígena no século passado na Amazônia e no País.

O Museu de Gente de Rondônia conta atualmente com trezentas entrevistas gravadas com lideranças populares, políticos, artistas, agricultores e empresários em diversas regiões.

Oca indígena é igual às originais, em aldeias amazônicas

 

Quem por ele se interessar e, caso se considere no direito de narrar sua história pessoal poderá telefonar à Setur. O museu tem ainda um canal no Youtube.

Para lembrar o “santo casamenteiro”, a Setur recuperou a ponte antiga, em cujas grades casais de namorados e noivos já depositam chaves e cadeados, em gesto de amor.

HORÁRIO DE VISITAS
O Memorial Rondon funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 16h, na Estrada Santo Antônio n 4863.

 

 

Fonte: Secom/Governo de Rondônia

Em 06 de abril de 2018

Fotos Capa: TripAdvisor,

 

 

 

 

 

 

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